terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Feelings and Chaos

(interseção entre os temas de dois blogs)

Quando esta ideia me surgiu na cabeça, pensei que seria fácil escrever sobre o caos de outra pessoa, justamente por conhecê-la razoavelmente bem a ponto de entender um pouco do seu caos. Não que as ideias não tenham surgido... elas, de fato, borbulham na minha mente... mas uma grande (e estranha) dificuldade em passá-las para palavras até me assusta. Trata-se de uma grande amiga com inúmeras qualidades a quem eu admiro muito e tenho um grande carinho. Começo a pensar em algumas experiências em comum, e, até pela proximidade, me é mais fácil visualizar estes últimos dias, em que estamos tendo um contato maior do que o habitual. Penso que agora estou começando a conhecer o seu caos; que para falar a verdade é bem parecido com o meu. Já nos conhecemos há cerca de quatro anos, mas somente agora estou podendo ver quem ela realmente é. Chega a ser engraçado ver alguém com um caos tão parecido com o meu próprio caos. (Quando falo “caos” refiro-me aqui às intempéries de ordem emocional originadas pelas mais diversas razões). Apesar de sermos amigos há um bom tempo, como todos os amigos, temos momentos de uma maior aproximação ou de um afastamento; não por nossa vontade, mas porque a vida nos obriga a isso. Essa maior aproximação nestes últimos dias me fez perceber o quanto somos parecidos, os nossos caos têm origens semelhantes, apesar de estarem baseados em experiências distintas. Temos características muito parecidas, apesar de, a primeira vista, sermos diferentes. A confiança e a presunção de boa-fé que depositamos (esperamos) de terceiros está cada vez mais escassa na sociedade, mas não em nós. E cada vez que a falta de sinceridade e de boa-fé nos é apresentada, a decepção que sentimos em relação àqueles nos faz encontrar os nossos respectivos caos. Acredito que nós dois já chegamos a ser taxados de ingênuos, e até de burros (eu, pelo menos, já fui), por acreditar demais na sinceridade alheia; mas, pelo menos eu, não consigo mudar isso, e a impressão que tenho é que ela também não consegue. Mas, penso que essa incapacidade de mudança deve ser vista como algo bom, porque mantém sempre as nossas expectativas altas, esperando o melhor dos outros; e creio que isso ninguém deve perder. Esperamos dos outros que portem-se demonstrando a nobreza de caráter que nos é transmitida na infância, em cujo modelo devemos espelhar nossas vidas. Porém, as experiências demonstram que o modelo nunca é atingido, até porque é utópico, mas chegar próximo dele já é suficiente; apesar de que, a maioria das pessoas não consegue mais isso, ou, pior ainda, não quer. E essa dificuldade alheia em atingir essas qualidades em suas relações interpessoais faz com que atinjamos o nosso caos. Mas cada um de nós tem suas armas para combater o caos... Algumas delas nos são comuns e muito utilizadas por ambos... Uma boa conversa com alguém de confiança ainda é uma das usadas, até pela sua eficiência comprovada. A mudança de foco também é uma boa saída: estudo para alguns, trabalho para outros. Há aqueles que preferem enfrentar esse caos buscando não focar em outra coisa, mas, tentar uma abordagem direta no ponto específico causador do caos para expulsar o Leviatã. A única que pode (deve) ser sempre conjugada com outra é a amizade verdadeira que alguém nos oferece. Esta deve sempre ser utilizada, não só quando o caos se aproxima, mas também, e principalmente, em momentos em que o caos nem aparece na linha do horizonte.

Um comentário:

  1. Nossa Rafa, sempre com a sensibilidade a flor da pele, conseguindo transformar em palavras todos os sentimentos, na medida exata. Continue escrevendo q te faz mto bem!! Bjs da sempre amiga Elsinha!!

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