Sempre nos dizem que quando a gente muito procura algo, não encontra; mas quando deixa de procurar, o que queremos logo aparece. Depois da enésima decepção a gente decide se fechar a um certo tipo de experiência porque a vida no ensinou (aparentemente) que sempre vai ser assim. Cedo ou tarde (mas sempre mais cedo do que a gente imaginava) vem o golpe, geralmente de onde menos se espera, e leva toda a esperança depositada; e junto com a esperança se vão os sonhos. Mas, mesmo com tantas experiências frustrantes, não desistimos. “Apesar de todo o desencanto, eu não desisto de amar” já diria Frejat. Quando a gente menos espera, e às vezes nem quer, surge uma nova inspiração para a vida. Na verdade não surge porque ela já estava na nossa cara há muito tempo e não conseguíamos ver. Não se sabe ao certo o motivo dessa “cegueira”, mas a vida ensina que tudo tem o seu momento para acontecer. Talvez seja isso. Apesar de todas as frustrações anteriores, é impossível reagir diferente quando nos damos conta desse sentimento. É difícil não agir como uma criança. Além disso, é muito bom descobrir diversas afinidades com uma pessoa. É muito gostoso poder conversar por horas sobre os temas mais variados. Nem nos damos conta do passar do tempo quando estamos envolvidos nessas conversas. Mas como sempre, o caos se instala. Isto porque como é uma pessoa que já conhecemos, já existe um vínculo de amizade que pode acabar prejudicado pela simples exposição desses sentimentos à pessoa. Na maioria das vezes não se consegue manter a amizade no mesmo nível e com as mesmas afinidades depois dessa exposição. Logo, fica sempre o receio de perder a amizade quando tentamos algo mais. Algumas vezes vale a pena o risco. Até porque é preciso uma amizade antes de avançar para o campo de sentimentos mais intensos. Penso ser um erro não passar pela fase da amizade antes de revelar a paixão ou o amor. Isto porque depois de um tempo de amizade é possível perceber as afinidades existentes e ter noção das possibilidades dessa revelação (da paixão, do amor). Esse caos instalado gera um medo muito grande, não só pela possibilidade de perder a amizade, mas também pelo receio da rejeição. Porque apesar da amizade continuar, sempre pode haver a rejeição, o que para alguns (muitos) é uma coisa difícil de lidar e superar. E, penso que, para qualquer um, a dificuldade para lidar com a rejeição é diretamente proporcional à intensidade do sentimento. Mas, apesar do risco e das possibilidades do insucesso, o melhor é mesmo saber se existe uma reciprocidade do que viver na angústia do pensamento do que poderia ter sido e não foi.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Caos da Paixão
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Adorei o texto. Você escreve muito bem. Expressa seus sentimentos. Consegue colocá-los em palavras (algo raro e/ou dificílimo para alguns). Publique o texto. É merecido.
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