sexta-feira, 30 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

De repente

Necessidade súbita de conversar... de sair... de fazer algo diferente...

Please come back tomorrow...

Ao escrever o post de hoje fui acometido de um ataque de supersinceridade, o que tornou o post impublicável...

sábado, 24 de abril de 2010

Tentando escrever, mesmo sem muita inspiração

Sem assunto ultimamente... Talvez porque tenha resolvido parar de tentar forçar algo que não era o momento para acontecer. Como já tinha falado antes, talvez agora seja um momento para ficar sozinho, para me dedicar a faculdade e ao trabalho, mas mesmo assim, eu estava insistindo em algo mais no lado pessoal. Algo que não era a hora para acontecer. Penso que agora consegui perceber isso de vez; embora, talvez, o coração ainda vá insistir um pouco nesse assunto. Acho que desde que decidi não mais incomodar alguns amigos com os mesmos problemas de sempre, apesar de não estar conversando com ninguém sobre determinados assuntos, isso tem me feito bem, ao contrário do que eu imaginava. Mas também, não adiantava eu me sentir bem, e deixar algumas pessoas "de saco cheio" de ouvir os mesmos problemas de sempre, as mesmas lamentações de sempre. Algumas vezes insisto num determinado assunto porque acho que é o que devo fazer, embora muitos - para não dizer todos - me digam que não adianta mais, que é melhor esquecer e seguir em frente. Mas, mesmo assim, insistir no mesmo assunto já não dá mais... Por outro lado, ainda não dá para seguir em frente. Então, acho que, quanto a esse problema em particular que me incomoda há algum tempo já, o negócio é ficar parado. Não voltar a atrás e nem tentar seguir em frente; pelo menos por enquanto. Um dia vai chegar a hora de seguir em frente. Espero que logo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Procuro um amor

música perfeita para o momento atual

quarta-feira, 21 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Porque eu sei que é amor!!


Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova
Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui, agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir embora
Eu sei que é pra sempre enquanto durar
Eu peço somente o que eu puder dar
Eu sei que é pra sempre enquanto durar
Eu peço somente o que eu puder dar
Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta
Mesmo sem porque, eu te trago aqui
O amor está aqui, comigo
Mesmo sem porque, eu te levo assim
O amor está em mim, mais vivo
Eu sei que é pra sempre enquanto durar
Eu peço somente o que eu puder dar
Eu sei que é pra sempre enquanto durar
Eu peço somente o que eu puder dar
Eu sei que é pra sempre enquanto durar
Eu peço somente o que eu puder dar
Eu sei que é pra semper enquanto durar
Eu peço somente o que eu puder dar
Porque eu sei que é amor
Porque eu sei que é amor
Porque eu sei que é amor

domingo, 18 de abril de 2010

sábado, 17 de abril de 2010

You Make Me Feel Brand New

O Teu Amor é uma Mentira

O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver

Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu

O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu

O nosso amor a gente inventa, inventa
O nosso amor a gente inventa, inventa

Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa

Mas ficou tudo fora do lugar
Café sem açucar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma estória romântica

O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Iniciando uma folga aos ouvidos alheios



A vida cotidiana nesse período em que vivemos tem se tornado cada vez mais stressante e cansativa... Penso que isso é com todos... Comigo não está sendo diferente. O meu ano já começou mais atribulado do que eu esperava... Algumas coisas já se resolveram (não exatamente como eu queria) Outras só vão se resolver com o tempo. Essas pedras no meio do caminho tem me prejudicado mais do que o habitual ultimamente. Talvez porque a tendência é que as coisas sempre piorem... Mas apesar dessa correria toda, gosto do que faço, do meu trabalho, do que estudo (gostar da faculdade já é outra história). Como sempre, mas nessas horas de stress, mais do que o normal, é sempre bom poder conversar com alguns bons amigos, trocar ideias. Mas, ultimamente, tenho tido uma leve impressão de que estou fazendo isso demais... Talvez por uma necessidade acima do meu normal de interagir com terceiros. De qualquer forma, mesmo que isto esteja me fazendo bem, acho que não tenho o direito de ficar chateando os outros com os meus problemas. Possivelmente, eu já devia ter percebido isto há algum tempo... mas nunca é tarde demais (eu acho...) Então, aqueles amigos que sempre me ouvem terão uma folga das minhas reclamações... Pelo menos por um tempo... Não dá pra guardar os problemas para sempre... As vezes temos que compartilhar e trocar ideias, mas agora não é o momento disto.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Revoltado demais para escrever hoje!!!

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Modo "Foda-se" Ligado

O que era amor tá virando raiva...

Crying

domingo, 11 de abril de 2010

Eu-te-amo

Eu-te-amo: A figura não se refere à declaração de amor, à confissão, mas ao repetido proferimento do grito de amor.


A palavra (a palavra-frase) só tem sentido no momento em que eu a pronuncio: não há nela outra informação a não ser seu dizer imediato: nenhuma reserva, nenhum depósito do sentido. Tudo está no lançamento: é uma "fórmula", mas essa fórmula não corresponde a nenhum ritual; as situações em que eu digo eu-te-amo não podem ser classificadas: eu-te-amo é irreprimível e imprevisível. A que ordem linguística pertence então esse ser estranho, essa fenda de linguagem, muito fraseada para ser da ordem da pulsão, muito gritada para ser da ordem da frase? Não é nem exatamente um enunciado (não há nela nenhuma mensagem congelada, conservada, mumificada, pronta para a dissecação) nem exatamente enunciação (o sujeito não se deixa intimidar pelo jogo dos lugares interlocutórios). Poderia ser chamado de proferimento. O proferimento não tem lugar científico: eu-te-amo não é da ordem nem da linguística nem da semiologia. Sua instância (aquilo a partir de que o podemos falar) seria mais exatamente a Música. A exemplo do que acontece com o canto, no proferimento do eu-te-amo o desejo não é nem reprimido (como no enunciado) nem reconhecido (lá onde não era esperado: como na enunciação), mas simplesmente gozado. O gozo não se diz; mas ele fala e diz: eu-te-amo.

Diferentes respostas mundanas para o eu-te-amo: "eu não", "não acredito", "por que dizer isso?", etc. Mas a verdadeira rejeição é "não tem resposta": fico certamente mais anulado se sou rejeitado não apenas como pedinte, mas também como sujeito falante (como tal tenho pelo menos o domínio das fórmulas); é minha linguagem, último reduto da minha existência, que é negado, e não meu pedido; quanto ao pedido, posso esperar, reconduzi-lo, representá-lo outra vez; mas cassado meu poder de questionar, fico como morto, para sempre.

(BARTHES, Roland. Fragmentos de um Discurso Amoroso.)

Under The Bridge

Confusões virtuais

A internet nos possibilita uma eliminação de distância para que tenhamos contato com pessoas que estão muito longe de nós. E, da mesma forma, facilita o contato até mesmo com aqueles que nem estão muito longe. Mas essa forma de comunicação tem um grande problema, que pode gerar alguns conflitos. Por tratar-se de uma forma de comunicação escrita, não é possível dar a entonação às frases, nem demonstrar de forma clara se estamos fazendo uma brincadeira, ou coisa parecida. Isso gera mal entendidos... Já tenho conhecimento disto há um certo tempo, por experiência próprio, uma vez que já passei por situações de não me fazer entender quando conversava pelo MSN. Então, sempre tento ser o mais claro possível e escrever sem margem à duplas interpretações. Ocorre que, apesar de estar muito claro para mim e não existir dúvidas quanto ao significado do que falo, o receptor pode entender de forma diversa... ou mesmo que a uma pergunta siga uma risada, o interlocutor pode levar a sério o que seria uma brincadeira e a confusão está formada. Às vezes tenho vontade de parar de usar esse meio de comunicação, justamente para evitar problemas desta ordem.

Música para uma pessoa que já foi muito especial para mim

Mesmo postado há quase dois meses, continua valendo...



Tudo é relativo (?)

Todos sempre dizem que tudo é relativo. Mas inclusive essa afirmação é relativa, logo, nem tudo é relativo. Fico tentando imaginar como algumas coisas podem ser relativas para uns e não para outros. Existem alguns fatos que simplesmente são ou não são absolutos. E, se um fato é absoluto, e não relativo, torna-se necessário assumir todas as consequências disso. Essas consequências as vezes assustam a muitos, fazendo com que desistam do que tinham em mente por ter medo, às vezes, das consequências dessas decisões. Em algumas ocasiões são consequências boas, mas que trarão uma mudança de perspectiva que chega a assustar. E, no final, volta-se atrás para não arriscar por receio do que essas decisões podem trazer ao cotidiano dos envolvidos. É óbvio que ninguém gosta de mudanças. Isso é natural do ser humano. Mas, mesmo mudanças que a primeira vista parecem incomodar, só porque alteraram o status quo, essas mudanças, muitas vezes, podem levar a uma alteração de perspectiva sobre muitas coisas, e, quem sabe, trazer a felicidade que todos procuram. Apesar de haver vários significados para todas as palavras da nossa língua, as palavras são utilizadas sempre dentro de um contexto, em que, algumas vezes, não é permitida uma relatividade. Ou é, ou não é. E, uma vez que se toma uma decisão, penso que não é tão simples mudar. Embora, para alguns seja. Talvez porque não estivessem dentro do mesmo contexto em que a relatividade das palavras não existisse. E esse feeling de observar o contexto em que se está é que é difícil de ser conquistado. Muitas vezes pensamos que estamos em uma situação, quando nos é mostrado que a coisa não era bem assim, e o que era (é) absoluto para nós, era (é) relativo – e muito – para outros.


sábado, 10 de abril de 2010

Na verdade nada esconde essa minha timidez!!


Penso que todos nós, em algum momento da vida já tivemos que escrever sobre nós mesmos... Eu nunca fui muito fã disso, e nem sei de onde surgiu essa vontade de escrever sobre isso, mas vou tentar...

Alguns dias atrás, postei a letra de uma música do Biquíni Cavadão chamada Timidez. Esta música reflete exatamente a minha personalidade nas minhas relações interpessoais. Isto porque, desde tenra idade, não sei por qual motivo, sempre fui muito introvertido e tímido. Durante o ensino fundamental, ao invés dos meus pais serem chamados no colégio porque eu “aprontava”, eles eram chamados porque eu era quieto demais, não me enturmava. Àquela época, isso não me parecia um problema. Eu tinha alguns, poucos, amigos; e isso me era suficiente. Não fazia questão de ser a pessoa mais popular do colégio... pelo contrário, ficava feliz por passar despercebido. Ainda hoje sou assim. Conto nos dedos das mãos quem são os meus verdadeiros amigos. E nesse ponto não faço muita questão de mudar. Sou feliz assim; até porque confio plenamente nesses amigos. Mas essa introspecção vinda desde a infância me trouxe algumas consequências na vida adulta. Pelo fato de ser extremamente tímido e introvertido tenho extrema dificuldade em começar uma conversa com uma pessoa desconhecida, o que resulta nos poucos amigos. Se começar uma amizade já me é complicado, quem dirá começar um approach com “segundas intenções”. Só de pensar nisso já começo a passar mal. Relembrar a última vez que fiz isso me gera uma dor de estômago e uma sudorese impressionante. E, realmente não sei o porquê disso. Não consigo, ainda, achar a causa para essa reação. Mas, além desses sintomas que me acometem quando da “abordagem” inicial, surge um completo vácuo em minha mente. E isso é que é o pior de tudo, porque com a falta de ideias, não surge a conversa; e consequentemente, sem a conversa, não surge nada a mais. Isso resulta na solidão que me acompanha há tanto tempo, com alguns raros intervalos. Chega a ser impressionante, porque, além do branco na mente, surgem as dúvidas, do tipo: “será que falo sobre isso?” “será que falo sobre aquilo?” e acabo não falando sobre nada com medo de começar um tema que não agrade, ou algo do gênero. Dessa forma, logo após o “Oi. Tudo bem contigo? Como vai a vida?”, o papo termina. Com o passar do tempo, como ainda não consegui resolver esse problema, comecei a evitá-lo. Desse modo, o pânico que me aflige no encontro, já se antecipa para o convite, o que faz com que este seja extremamente pensado, calculado e, quase todas as vezes, seja arquivado sem o conhecimento de qualquer outra pessoa.

Wicked Game

...

Sempre dizem que sentimentos a gente não escolhe, eles simplesmente acontecem. De fato, a gente não escolhe o que vai sentir por uma pessoa, mas é possível, com um certo esforço, deixar que esse sentimento cresça ou, se nos for conveniente, impedir isso. Na maioria das vezes não nos preocupamos com isso e deixamos as coisas acontecer naturalmente. Mas depois de um tempo, e já com uma certa experiência, aprendemos que é melhor reprimir alguns sentimentos assim que eles surgem a fim de evitar danos maiores. Mesmo sendo sentimentos que poderiam ter um reflexo positivo em nossas vidas, as experiências anteriores já nos ensinaram que tanto quanto um reflexo positivo, o contrário também pode ocorrer. E é buscando evitar isso que, às vezes, reprimimos alguns sentimentos iniciais. Nunca será possível descobrir o que teria acontecido, mas, mesmo assim, nos é mais seguro que nada aconteça, para que possamos manter o status quo e, assim, ter o controle da situação. É claro que isso não pode ocorrer sempre, porque, se o fizéssemos, estaríamos fadados a uma vida de solidão, e sem amor; o que me parece impossível de ocorrer por um período prolongado. Ficar sozinho por um tempo, para que possamos organizar as nossas ideias e desenvolver alguns projetos pessoais é sempre bom. Mas, ninguém, absolutamente ninguém, consegue viver por muito tempo sem uma pessoa especial ao seu lado, com quem haja uma relação envolvendo sentimentos. Alguém com que se possa conversar sobre qualquer assunto e com quem exista uma cumplicidade. Atualmente, acredito que é possível existir uma relação de amizade, em que exista essa cumplicidade, essa afinidade, entre duas pessoas. Penso que não é necessário que exista uma relação amorosa (no sentido estrito) para que possa existir essa afinidade. Entre dois amigos, que também podem se amar (no sentido lato), é possível que exista essa afinidade e essa cumplicidade. É isso que, aqueles que enfrentam uma dificuldade em estabelecer um relacionamento estável e duradouro devem procurar. Porque a solidão não é merecida nem a nosso pior inimigo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Fragmentos do "Fragmentos de um discurso amoroso" de Roland Barthes


ANGÚSTIA - O sujeito apaixonado, do sabor de uma ou outra contingência, se deixa levar pelo medo de um perigo, de uma mágoa, de um abandono, de uma reviravolta - sentimento que ele exprime sob o nome de ANGÚSTIA.

O psicótico vive sob o temor do aniquilamento (do qual as diversas psicoses seriam apenas defesas). Mas "o temor clínico do aniquilamento que já foi experimentado (primitive agony) [...] e há momentos em que um paciente precisa que lhe digam que o aniquilamento cujo temor mina sua vida já ocorreu". O mesmo, parece, se passa com a angústia do amor: ela é o temor de um luto que já ocorreu, desde a origem do amor, desde o momento em que fiquei encantado. Seria preciso que alguém pudesse me dizer: "Não fique mais angustiado, você já o(a) perdeu".


DECLARAÇÃO - Propensão do sujeito apaixonado a alimentar o ser amado, fartamente, com contida emoção, do seu amor, dele, de si, deles: a declaração não diz respeito à confissão do amor, mas à forma, infinitamente comentada da relação amorosa.

A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou dedos na ponta das palavras. Minha linguagem treme de desejo. A emoção de um duplo contacto: de um lado, toda uma atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente, colocar em evidência um significado único que é "eu te desejo", e liberá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir (a linguagem goza de se tocar a si mesma); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, eu o acaricio, o roço, prolongo esse roçar, me esforço em fazer durar o comentário ao qual submeto a relação.

(Falar amorosamente é gastar interminavelmente, sem crise; é praticar uma relação sem orgasmo. Existe talvez uma forma literária desse coïtus reservatus: é o marivaudage.)

A pulsão do comentário se desloca, toma o caminho das substituições. De início é para o outro que eu discorro sobre a relação; mas pode ser também diante do confidente: de você passo a ele. E depois, de ele passo a nós; elaboro um discurso abstrato sobre o amor, uma filosofia da coisa, que seria apenas, um suma, um blá-blá-blá generalizado. Refazendo a partir daí o caminho inverso, poder-se-ia dizer que todo dito que tem por objeto o amor (seja o que for que se queira destacar) comporta fatalmente uma alocução secreta (me dirijo a alguém, que vocês não sabem, mas que está lá na extremidade das minhas máximas). No Banquete, essa alocução talvez exista: seria Ágaton que Alcibíades interpelaria e desejaria sob a escuta de um analista, Sócrates. (A atopia do amor, aquilo que o faz propriamente escapar a todas as dissertações, seria que, em última instância, não é possível falar dele a não ser segundo uma estrita determinação alocutória; seja ele filosófico, gnômico, lírico ou romanesco, há sempre no discurso sobre o amor uma pessoa a quem se dirige, mesmo que essa pessoa tivesse passado ao estado de fantasma ou de criatura a vir. Ninguém tem vontade de falar de amor, se não for para alguém.)


ENCONTRO - A figura se refere ao tempo feliz que se seguiu imediatamente ao primeiro rapto, antes que nascessem as dificuldades do relacionamento amoroso.

Se bem que o discurso amoroso seja apenas uma poeria de figuras que se agitam segundo uma ordem imprevisível como uma mosca voando num quarto, posso atribuir ao amor, pelo menos retrospectivamente, imaginariamente, um movimento organizado: é por essa fantasia histórica que às vezes faço do amor uma aventura. O trajeto amoroso parece então seguir três etapas (ou três atos): a primeira é instantânea, a captura (sou raptado por uma imagem); em seguida vem uma série de encontros (encontros pessoais, telefonemas, cartas, pequenas viagens), no decorrer dos quais "exploro", extasiado, a perfeição do ser amado, ou melhor, a adequação inesperada de um objeto ao meu desejo: é a doçura do começo, o tempo do idílio. Esse tempo feliz adquire sua identidade (sua limitação) pelo fato de se opor (pelo menos na lembrança) à "continuação"; e "a continuação" é o longo desfile de sofrimentos, mágoas, angústias, aflições, ressentimentos, desesperos, embaraços e armadilhas dos quais me torno presa, vivendo então sem trégua sob a ameaça de uma decadência que atingiria ao mesmo tempo o outro, eu mesmo e o encontro prodigioso que no começo nos descobriu um ao outro.

Há enamorados que não se suicidam: é possível que eu saia desse "túnel" que se segue ao encontro amoroso: revejo a luz do dia, seja conseguindo dar ao amor infeliz uma saída dialética (conservando o amor, mas me livrando da hipnose), seja abandonando esse amor, e retomando o caminho, procurando reiterar, com outros, o encontro do qual guardo o deslumbramento: porque ele é da ordem do "primeiro prazer" e não sossego enquanto ele não volta: afirmo a afirmação, recomeço, sem repetir. (O encontro irradia; mais tarde, o sujeito fará dos três momentos do trajeto amoroso um só momento; ele falará do "deslumbrante túnel do amor".


LOUCO - O sujeito apaixonado é atravessado pela ideia de que ele está ou está ficando louco.

Estou louco de amor, não estou louco de poder dizê-lo, eu desdobro minha imagem: sou demente aos meus próprios olhos (conheço meu delírio), perdi simplesmente a razão aos olhos dos outros, a quem conto comportadamente minha loucura: consciente dessa loucura, discurso sobre ela.

Achamos que todo enamorado é louco. Mas podemos imaginar um louco enamorado? De modo algum. Eu só tenho direito a uma loucura pobre, incompleta, metafórica; o amor me deixa como louco, mas não comunico com a sobrenatureza, não há em mim nada sagrado: minha loucura, simples perda da razão, é insignificante e até invisível; de resto totalmente recuperada pela cultura: ela não mete medo. (É entretanto no estado amoroso que certos sujeitos razoáveis adivinham de repente que a loucura existe, é possível, está bem próxima: uma loucura na qual o próprio amor naufragaria.)



Lies

terça-feira, 6 de abril de 2010

Poemas

Dois poemas que refletem sentimentos atuais... não é necessário entender, apenas sentir!!


Presença (Mário Quintana)


É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!


Ternura (Vinícius de Moraes)

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.

Say It To Me Now

domingo, 4 de abril de 2010

Coração burro!!!

Fiquei feliz hoje por saber que tem mais gente que acompanha esse espaço. Algumas pessoas que eu não imaginava que se interessariam por o que escrevo aqui disseram que me lêem com frequência e que compartilham algumas ideias. É sinal de que estou alcançando o objetivo a que me propus quando comecei a escrever aqui.

Eu tinha prometido a mim mesmo que não voltaria a este assunto, mas às vezes não consigo evitar. Alguns bons amigos já me aconselharam a virar a página e esquecer isto, mas para mim não parece tão simples. Na verdade, estou conseguindo fazer o que me sugeriram (e que eu sei que é o melhor), mas uma ideia fixa me dificulta seguir em frente, completamente. Conversando dias atrás com uma grande amiga, ela me falou, com razão, que esquecer um amor substituindo-o por outro não dá certo e somente traz consequências negativas. Sei que ela tem razão, mas quando percebi, eu estava fazendo isso. Inconscientemente, o ser humano tende a evitar a solidão, e com isso, busca um envolvimento emocional. Mas, penso que agora é o momento de lutar contra os instintos e pensar no eu (ou tentar pelo menos). Apesar de não estar mais procurando ninguém, o pensamento não para quando se trata deste assunto, o que gera uma certa confusão interna. Aparecem pessoas fantásticas quando não é o momento; quando precisamos ficar sós. Mas, em geral, quando estamos prontos novamente, demora muito a aparecer alguém. (Quando comecei a escrever esse post, achei que tinha um objetivo a alcançar... acabaram as ideias e não cheguei a lugar nenhum... Se eu lembrar, complemento as ideias mais tarde)

sábado, 3 de abril de 2010

Timidez

Toda vez que te olho crio um romance
Te persigo, mudo todos instantes
Falo pouco pois não sou de dar indiretas
Me arrependo do que digo em frases incertas
Se eu tento ser direto, o medo me ataca
Sem poder nada fazer
Sei que tento me vencer e acabar com a mudez
Quando chegou perto tudo esqueço e não tenho vez
Me consolo foi errado o momento talvez
Mas na verdade nada esconde essa minha timidez
Eu carrego comigo a grande agonia
De pensar em você
Toda hora do dia
Eu carrego comigo a grande agonia
Na verdade nada esconde essa minha timidez
Na verdade nada esconde essa minha timidez
Talvez escreva um poema
No qual grite o seu nome
Nem sei se vale a pena
Talvez só telefone
Eu me ensaio, mas nada sai
O seu rosto me distrai
E como um raio
Eu me encubro, eu disfarço
Eu camuflo, eu desfaço
Eu respiro bem fundo
Hoje eu digo pro mundo
Mudei rosto e imagem
Mas você me sorriu
Lá se foi minha coragem
Você me inibiu
Sei que tento me vencer e acabar com a mudez
Quando chegou perto tudo esqueço e não tenho vez
Me consolo foi errado o momento talvez
Mas na verdade nada esconde essa minha timidez
Eu carrego comigo a grande agonia
De pensar em você
Toda hora do dia
Eu carrego comigo a grande agonia
Na verdade nada esconde essa minha timidez
Na verdade nada esconde essa minha timidez
Na verdade nada esconde essa minha timidez