terça-feira, 28 de setembro de 2010
Idade nova, ideias novas
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Ed Ero Contentissimo
Tra il lavoro e le lenzuola
Presto dimmi tu come farai ?
Ora che tutto va a caso
Ora non sono più un peso
Dimmi quali scuse inventerai ?
Inventerai che non hai tempo
Inventerai che tutto è spento
Inventerai che ora ti ami un po´ di più
Inventerai che ora sei forte
E chiuderai tutte le porte
Ridendo troverai una scusa
Una in più..
Ed ero contentissimo in ritardo sotto casa ed io che ti aspettavo
Stringimi la mano e poi partiamo…
In fondo eri contentissima quando guardando Amsterdam non ti importava
della pioggia che cadeva…
solo una candela era bellissima
e il ricordo del ricordo che ci suggeriva
che comunque tardi o prima ti dirò
che ero contentissimo
ma non te l´ho mai detto che chiedevo
Dio ancora
Ancora
Ancora
Qualche cosa ti consola
Con gli amici il tempo vola
Ma qualcosa che non torna c´ è
C´ è che ho freddo e non mi copro
C´ è che tanto prima o dopo
Convincendoti ci crederai
Ci crederai che fa più caldo
Da quando non mi hai ormai più accanto
E forse è meglio
perché sorridi un po´ di po´ di più
un po´ di più…
Ed ero contentissimo in ritardo sotto casa ed io che ti aspettavo
Stringimi la mano e poi partiamo…
In fondo eri contentissima quando guardando Amsterdam non ti importava
della pioggia che cadeva…
solo una candela era bellissima
e il ricordo del ricordo che ci suggeriva
che comunque tardi o prima ti dirò
che ero contentissimo
ma non te l´ho mai detto che chiedevo
Dio ancora
Ancora
Ancora
Ancora
E il mio ricordo ti verrà a trovare quando starai troppo male
Quando invece starai bene resterò a guardare
Perché ciò che ho sempre chiesto al cielo
È che questa vita ti donasse gioia e amore vero
E in fondo
Ed ero contentissimo in ritardo sotto casa ed io che ti aspettavo
Stringimi la mano e poi partiamo…
In fondo eri contentissima quando guardando Amsterdam non ti importava
della pioggia che cadeva…
solo una candela era bellissima
e il ricordo del ricordo che ci suggeriva
che comunque tardi o prima ti dirò
che ero contentissimo
ma non te l´ho mai detto che chiedevo
Dio ancora
Ancora
Ancora
Ed ero contentissimo ma non te l´ ho mai detto
E dentro urlavo
Dio ancora
Ancora
Ancora
domingo, 29 de agosto de 2010
Confusão
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Sempre atual...
Versos Íntimos (Augusto dos Anjos)
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
domingo, 1 de agosto de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Feriado, chuva e pizza
terça-feira, 11 de maio de 2010
Sobre o amor...
terça-feira, 4 de maio de 2010
Ainda sobre amizades
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Amizades
Há pouco tempo conheci a banda gaúcha chamada “Pouca Vogal” e após fazer o download de várias músicas, uma delas me chamou particularmente a atenção. Trata-se da música “Tententender”, cujo clip postei há alguns dias. Essa música me fez lembrar alguns eventos sucedidos em um passado não muito distante. Certa pessoa disse que comigo desejava uma amizade apenas. Concordei, porque, afinal, sempre é bom ter um amigo. Mas, devido a um conceito complexo de amizade que possuo há muito, tenho poucos e raros amigos. Amigos de verdade são aqueles que ouvem sobre qualquer coisa, à qualquer hora. São aqueles que dizem “estou aqui” quando você precisa de um ombro para chorar, desabafar ou simplesmente para conversar e “trocar uma ideia”. Amigo de verdade não diz “somos amigos, mas eu aqui e você aí”. Seremos amigos tão somente através da internet e do telefone? Isso não é amizade. Jamais será. Tenho conhecidos com quem falo apenas pela internet. Com os meus amigos de verdade eu falo pessoalmente, os encontro com certa freqüência e sei que a qualquer hora que eu precisar, qualquer um deles está a um telefonema de distância. Se uma pessoa que se diz amiga não quer ver tal pessoa, existem duas opções: ou não é amiga, ou tem um sentimento mal resolvido e, sabe-se lá porque tem medo de enfrentar a necessidade de tomar a decisão; ou, pior ainda, quer ter tudo, o que, por óbvio, é impossível. Essa confusão me causa uma certa revolta ou indignação, por assim dizer, que geralmente me faria querer me afastar de uma “amiga” assim. Mas, ao contrário, penso que essa pessoa precisa de ajuda para resolver seus sentimentos. Na verdade, não sei que tipo de ajuda, não sei como ajudar, mas sinto que preciso. Talvez enquanto não souber seja melhor ficar afastado. De qualquer forma, ela sabe onde encontrar um amigo. Ou, pelo menos, espero que saiba.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Please come back tomorrow...
sábado, 24 de abril de 2010
Tentando escrever, mesmo sem muita inspiração
quinta-feira, 22 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Porque eu sei que é amor!!
domingo, 18 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
O Teu Amor é uma Mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver
Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor a gente inventa, inventa
O nosso amor a gente inventa, inventa
Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa
Mas ficou tudo fora do lugar
Café sem açucar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma estória romântica
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Iniciando uma folga aos ouvidos alheios
A vida cotidiana nesse período em que vivemos tem se tornado cada vez mais stressante e cansativa... Penso que isso é com todos... Comigo não está sendo diferente. O meu ano já começou mais atribulado do que eu esperava... Algumas coisas já se resolveram (não exatamente como eu queria) Outras só vão se resolver com o tempo. Essas pedras no meio do caminho tem me prejudicado mais do que o habitual ultimamente. Talvez porque a tendência é que as coisas sempre piorem... Mas apesar dessa correria toda, gosto do que faço, do meu trabalho, do que estudo (gostar da faculdade já é outra história). Como sempre, mas nessas horas de stress, mais do que o normal, é sempre bom poder conversar com alguns bons amigos, trocar ideias. Mas, ultimamente, tenho tido uma leve impressão de que estou fazendo isso demais... Talvez por uma necessidade acima do meu normal de interagir com terceiros. De qualquer forma, mesmo que isto esteja me fazendo bem, acho que não tenho o direito de ficar chateando os outros com os meus problemas. Possivelmente, eu já devia ter percebido isto há algum tempo... mas nunca é tarde demais (eu acho...) Então, aqueles amigos que sempre me ouvem terão uma folga das minhas reclamações... Pelo menos por um tempo... Não dá pra guardar os problemas para sempre... As vezes temos que compartilhar e trocar ideias, mas agora não é o momento disto.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
Eu-te-amo
Confusões virtuais
A internet nos possibilita uma eliminação de distância para que tenhamos contato com pessoas que estão muito longe de nós. E, da mesma forma, facilita o contato até mesmo com aqueles que nem estão muito longe. Mas essa forma de comunicação tem um grande problema, que pode gerar alguns conflitos. Por tratar-se de uma forma de comunicação escrita, não é possível dar a entonação às frases, nem demonstrar de forma clara se estamos fazendo uma brincadeira, ou coisa parecida. Isso gera mal entendidos... Já tenho conhecimento disto há um certo tempo, por experiência próprio, uma vez que já passei por situações de não me fazer entender quando conversava pelo MSN. Então, sempre tento ser o mais claro possível e escrever sem margem à duplas interpretações. Ocorre que, apesar de estar muito claro para mim e não existir dúvidas quanto ao significado do que falo, o receptor pode entender de forma diversa... ou mesmo que a uma pergunta siga uma risada, o interlocutor pode levar a sério o que seria uma brincadeira e a confusão está formada. Às vezes tenho vontade de parar de usar esse meio de comunicação, justamente para evitar problemas desta ordem.
Mesmo postado há quase dois meses, continua valendo...
sábado, 10 de abril de 2010
Na verdade nada esconde essa minha timidez!!
Penso que todos nós, em algum momento da vida já tivemos que escrever sobre nós mesmos... Eu nunca fui muito fã disso, e nem sei de onde surgiu essa vontade de escrever sobre isso, mas vou tentar...
Alguns dias atrás, postei a letra de uma música do Biquíni Cavadão chamada Timidez. Esta música reflete exatamente a minha personalidade nas minhas relações interpessoais. Isto porque, desde tenra idade, não sei por qual motivo, sempre fui muito introvertido e tímido. Durante o ensino fundamental, ao invés dos meus pais serem chamados no colégio porque eu “aprontava”, eles eram chamados porque eu era quieto demais, não me enturmava. Àquela época, isso não me parecia um problema. Eu tinha alguns, poucos, amigos; e isso me era suficiente. Não fazia questão de ser a pessoa mais popular do colégio... pelo contrário, ficava feliz por passar despercebido. Ainda hoje sou assim. Conto nos dedos das mãos quem são os meus verdadeiros amigos. E nesse ponto não faço muita questão de mudar. Sou feliz assim; até porque confio plenamente nesses amigos. Mas essa introspecção vinda desde a infância me trouxe algumas consequências na vida adulta. Pelo fato de ser extremamente tímido e introvertido tenho extrema dificuldade em começar uma conversa com uma pessoa desconhecida, o que resulta nos poucos amigos. Se começar uma amizade já me é complicado, quem dirá começar um approach com “segundas intenções”. Só de pensar nisso já começo a passar mal. Relembrar a última vez que fiz isso me gera uma dor de estômago e uma sudorese impressionante. E, realmente não sei o porquê disso. Não consigo, ainda, achar a causa para essa reação. Mas, além desses sintomas que me acometem quando da “abordagem” inicial, surge um completo vácuo em minha mente. E isso é que é o pior de tudo, porque com a falta de ideias, não surge a conversa; e consequentemente, sem a conversa, não surge nada a mais. Isso resulta na solidão que me acompanha há tanto tempo, com alguns raros intervalos. Chega a ser impressionante, porque, além do branco na mente, surgem as dúvidas, do tipo: “será que falo sobre isso?” “será que falo sobre aquilo?” e acabo não falando sobre nada com medo de começar um tema que não agrade, ou algo do gênero. Dessa forma, logo após o “Oi. Tudo bem contigo? Como vai a vida?”, o papo termina. Com o passar do tempo, como ainda não consegui resolver esse problema, comecei a evitá-lo. Desse modo, o pânico que me aflige no encontro, já se antecipa para o convite, o que faz com que este seja extremamente pensado, calculado e, quase todas as vezes, seja arquivado sem o conhecimento de qualquer outra pessoa.
...
Sempre dizem que sentimentos a gente não escolhe, eles simplesmente acontecem. De fato, a gente não escolhe o que vai sentir por uma pessoa, mas é possível, com um certo esforço, deixar que esse sentimento cresça ou, se nos for conveniente, impedir isso. Na maioria das vezes não nos preocupamos com isso e deixamos as coisas acontecer naturalmente. Mas depois de um tempo, e já com uma certa experiência, aprendemos que é melhor reprimir alguns sentimentos assim que eles surgem a fim de evitar danos maiores. Mesmo sendo sentimentos que poderiam ter um reflexo positivo em nossas vidas, as experiências anteriores já nos ensinaram que tanto quanto um reflexo positivo, o contrário também pode ocorrer. E é buscando evitar isso que, às vezes, reprimimos alguns sentimentos iniciais. Nunca será possível descobrir o que teria acontecido, mas, mesmo assim, nos é mais seguro que nada aconteça, para que possamos manter o status quo e, assim, ter o controle da situação. É claro que isso não pode ocorrer sempre, porque, se o fizéssemos, estaríamos fadados a uma vida de solidão, e sem amor; o que me parece impossível de ocorrer por um período prolongado. Ficar sozinho por um tempo, para que possamos organizar as nossas ideias e desenvolver alguns projetos pessoais é sempre bom. Mas, ninguém, absolutamente ninguém, consegue viver por muito tempo sem uma pessoa especial ao seu lado, com quem haja uma relação envolvendo sentimentos. Alguém com que se possa conversar sobre qualquer assunto e com quem exista uma cumplicidade. Atualmente, acredito que é possível existir uma relação de amizade, em que exista essa cumplicidade, essa afinidade, entre duas pessoas. Penso que não é necessário que exista uma relação amorosa (no sentido estrito) para que possa existir essa afinidade. Entre dois amigos, que também podem se amar (no sentido lato), é possível que exista essa afinidade e essa cumplicidade. É isso que, aqueles que enfrentam uma dificuldade em estabelecer um relacionamento estável e duradouro devem procurar. Porque a solidão não é merecida nem a nosso pior inimigo.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Fragmentos do "Fragmentos de um discurso amoroso" de Roland Barthes
O psicótico vive sob o temor do aniquilamento (do qual as diversas psicoses seriam apenas defesas). Mas "o temor clínico do aniquilamento que já foi experimentado (primitive agony) [...] e há momentos em que um paciente precisa que lhe digam que o aniquilamento cujo temor mina sua vida já ocorreu". O mesmo, parece, se passa com a angústia do amor: ela é o temor de um luto que já ocorreu, desde a origem do amor, desde o momento em que fiquei encantado. Seria preciso que alguém pudesse me dizer: "Não fique mais angustiado, você já o(a) perdeu".
DECLARAÇÃO - Propensão do sujeito apaixonado a alimentar o ser amado, fartamente, com contida emoção, do seu amor, dele, de si, deles: a declaração não diz respeito à confissão do amor, mas à forma, infinitamente comentada da relação amorosa.
A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou dedos na ponta das palavras. Minha linguagem treme de desejo. A emoção de um duplo contacto: de um lado, toda uma atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente, colocar em evidência um significado único que é "eu te desejo", e liberá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir (a linguagem goza de se tocar a si mesma); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, eu o acaricio, o roço, prolongo esse roçar, me esforço em fazer durar o comentário ao qual submeto a relação.
(Falar amorosamente é gastar interminavelmente, sem crise; é praticar uma relação sem orgasmo. Existe talvez uma forma literária desse coïtus reservatus: é o marivaudage.)
A pulsão do comentário se desloca, toma o caminho das substituições. De início é para o outro que eu discorro sobre a relação; mas pode ser também diante do confidente: de você passo a ele. E depois, de ele passo a nós; elaboro um discurso abstrato sobre o amor, uma filosofia da coisa, que seria apenas, um suma, um blá-blá-blá generalizado. Refazendo a partir daí o caminho inverso, poder-se-ia dizer que todo dito que tem por objeto o amor (seja o que for que se queira destacar) comporta fatalmente uma alocução secreta (me dirijo a alguém, que vocês não sabem, mas que está lá na extremidade das minhas máximas). No Banquete, essa alocução talvez exista: seria Ágaton que Alcibíades interpelaria e desejaria sob a escuta de um analista, Sócrates. (A atopia do amor, aquilo que o faz propriamente escapar a todas as dissertações, seria que, em última instância, não é possível falar dele a não ser segundo uma estrita determinação alocutória; seja ele filosófico, gnômico, lírico ou romanesco, há sempre no discurso sobre o amor uma pessoa a quem se dirige, mesmo que essa pessoa tivesse passado ao estado de fantasma ou de criatura a vir. Ninguém tem vontade de falar de amor, se não for para alguém.)
ENCONTRO - A figura se refere ao tempo feliz que se seguiu imediatamente ao primeiro rapto, antes que nascessem as dificuldades do relacionamento amoroso.
Se bem que o discurso amoroso seja apenas uma poeria de figuras que se agitam segundo uma ordem imprevisível como uma mosca voando num quarto, posso atribuir ao amor, pelo menos retrospectivamente, imaginariamente, um movimento organizado: é por essa fantasia histórica que às vezes faço do amor uma aventura. O trajeto amoroso parece então seguir três etapas (ou três atos): a primeira é instantânea, a captura (sou raptado por uma imagem); em seguida vem uma série de encontros (encontros pessoais, telefonemas, cartas, pequenas viagens), no decorrer dos quais "exploro", extasiado, a perfeição do ser amado, ou melhor, a adequação inesperada de um objeto ao meu desejo: é a doçura do começo, o tempo do idílio. Esse tempo feliz adquire sua identidade (sua limitação) pelo fato de se opor (pelo menos na lembrança) à "continuação"; e "a continuação" é o longo desfile de sofrimentos, mágoas, angústias, aflições, ressentimentos, desesperos, embaraços e armadilhas dos quais me torno presa, vivendo então sem trégua sob a ameaça de uma decadência que atingiria ao mesmo tempo o outro, eu mesmo e o encontro prodigioso que no começo nos descobriu um ao outro.
Há enamorados que não se suicidam: é possível que eu saia desse "túnel" que se segue ao encontro amoroso: revejo a luz do dia, seja conseguindo dar ao amor infeliz uma saída dialética (conservando o amor, mas me livrando da hipnose), seja abandonando esse amor, e retomando o caminho, procurando reiterar, com outros, o encontro do qual guardo o deslumbramento: porque ele é da ordem do "primeiro prazer" e não sossego enquanto ele não volta: afirmo a afirmação, recomeço, sem repetir. (O encontro irradia; mais tarde, o sujeito fará dos três momentos do trajeto amoroso um só momento; ele falará do "deslumbrante túnel do amor".
LOUCO - O sujeito apaixonado é atravessado pela ideia de que ele está ou está ficando louco.
Estou louco de amor, não estou louco de poder dizê-lo, eu desdobro minha imagem: sou demente aos meus próprios olhos (conheço meu delírio), perdi simplesmente a razão aos olhos dos outros, a quem conto comportadamente minha loucura: consciente dessa loucura, discurso sobre ela.
Achamos que todo enamorado é louco. Mas podemos imaginar um louco enamorado? De modo algum. Eu só tenho direito a uma loucura pobre, incompleta, metafórica; o amor me deixa como louco, mas não comunico com a sobrenatureza, não há em mim nada sagrado: minha loucura, simples perda da razão, é insignificante e até invisível; de resto totalmente recuperada pela cultura: ela não mete medo. (É entretanto no estado amoroso que certos sujeitos razoáveis adivinham de repente que a loucura existe, é possível, está bem próxima: uma loucura na qual o próprio amor naufragaria.)
terça-feira, 6 de abril de 2010
Poemas
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.
domingo, 4 de abril de 2010
Coração burro!!!
sábado, 3 de abril de 2010
Timidez
segunda-feira, 29 de março de 2010
Consequências e Desfecho do Caos da Paixão
Continuando... A dúvida permaneceu, e nada de concreto ocorreu, além de conversas sobre temas variados. Mas o tema que eu mais queria não surgiu no meio de outras conversas e, como sempre, não tive a coragem suficiente para abordá-lo. A dúvida ficou porque ocorreram algumas atitudes contraditórias – digamos assim. Durante as várias conversas parecia que havia afinidade para algo além da amizade, mas quando chegava o momento para descobrir, sempre aparecia um empecilho que nos impedia de saber o que queríamos, ou que, pelos menos eu queria. Apesar de sempre ter o receio de saber e ficar pensando se poderia ter ocorrido algo, dessa vez fiquei sem saber, mas, realmente, queria que ela me dissesse o que sente. Até porque, algumas atitudes dela demonstravam – pelo menos a meu ver – que poderia haver algo mais. Porém, nunca conseguíamos chegar a uma situação em que isso pudesse acontecer. Mesmo com uma certa insistência que nem me é peculiar, nada ocorreu. Não sei, na verdade, porque estou incomodado por ficar sem saber se poderia ter ocorrido algo além da amizade. Eu realmente queria que fossemos além, mas agora acho que já não vale mais a pena... Valer a pena, vale... mas a decepção já existe... Não sei se por culpa dela que, de fato não queria... ou apenas estava se “fazendo de difícil”... Mas, agora, depois desses últimos ocorridos, penso que é melhor virar a página e manter apenas a amizade com ela. Já que pelo que parece, nada além disso vai ocorrer mesmo. Então, hora de seguir em frente, e esquecer, ou pelo menos tentar.
domingo, 28 de março de 2010
Tão Bem
segunda-feira, 22 de março de 2010
Caos da Paixão
Sempre nos dizem que quando a gente muito procura algo, não encontra; mas quando deixa de procurar, o que queremos logo aparece. Depois da enésima decepção a gente decide se fechar a um certo tipo de experiência porque a vida no ensinou (aparentemente) que sempre vai ser assim. Cedo ou tarde (mas sempre mais cedo do que a gente imaginava) vem o golpe, geralmente de onde menos se espera, e leva toda a esperança depositada; e junto com a esperança se vão os sonhos. Mas, mesmo com tantas experiências frustrantes, não desistimos. “Apesar de todo o desencanto, eu não desisto de amar” já diria Frejat. Quando a gente menos espera, e às vezes nem quer, surge uma nova inspiração para a vida. Na verdade não surge porque ela já estava na nossa cara há muito tempo e não conseguíamos ver. Não se sabe ao certo o motivo dessa “cegueira”, mas a vida ensina que tudo tem o seu momento para acontecer. Talvez seja isso. Apesar de todas as frustrações anteriores, é impossível reagir diferente quando nos damos conta desse sentimento. É difícil não agir como uma criança. Além disso, é muito bom descobrir diversas afinidades com uma pessoa. É muito gostoso poder conversar por horas sobre os temas mais variados. Nem nos damos conta do passar do tempo quando estamos envolvidos nessas conversas. Mas como sempre, o caos se instala. Isto porque como é uma pessoa que já conhecemos, já existe um vínculo de amizade que pode acabar prejudicado pela simples exposição desses sentimentos à pessoa. Na maioria das vezes não se consegue manter a amizade no mesmo nível e com as mesmas afinidades depois dessa exposição. Logo, fica sempre o receio de perder a amizade quando tentamos algo mais. Algumas vezes vale a pena o risco. Até porque é preciso uma amizade antes de avançar para o campo de sentimentos mais intensos. Penso ser um erro não passar pela fase da amizade antes de revelar a paixão ou o amor. Isto porque depois de um tempo de amizade é possível perceber as afinidades existentes e ter noção das possibilidades dessa revelação (da paixão, do amor). Esse caos instalado gera um medo muito grande, não só pela possibilidade de perder a amizade, mas também pelo receio da rejeição. Porque apesar da amizade continuar, sempre pode haver a rejeição, o que para alguns (muitos) é uma coisa difícil de lidar e superar. E, penso que, para qualquer um, a dificuldade para lidar com a rejeição é diretamente proporcional à intensidade do sentimento. Mas, apesar do risco e das possibilidades do insucesso, o melhor é mesmo saber se existe uma reciprocidade do que viver na angústia do pensamento do que poderia ter sido e não foi.
Ausência justificada
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Tudo é relativo (?)
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Feelings and Chaos
(interseção entre os temas de dois blogs)
Quando esta ideia me surgiu na cabeça, pensei que seria fácil escrever sobre o caos de outra pessoa, justamente por conhecê-la razoavelmente bem a ponto de entender um pouco do seu caos. Não que as ideias não tenham surgido... elas, de fato, borbulham na minha mente... mas uma grande (e estranha) dificuldade em passá-las para palavras até me assusta. Trata-se de uma grande amiga com inúmeras qualidades a quem eu admiro muito e tenho um grande carinho. Começo a pensar em algumas experiências em comum, e, até pela proximidade, me é mais fácil visualizar estes últimos dias, em que estamos tendo um contato maior do que o habitual. Penso que agora estou começando a conhecer o seu caos; que para falar a verdade é bem parecido com o meu. Já nos conhecemos há cerca de quatro anos, mas somente agora estou podendo ver quem ela realmente é. Chega a ser engraçado ver alguém com um caos tão parecido com o meu próprio caos. (Quando falo “caos” refiro-me aqui às intempéries de ordem emocional originadas pelas mais diversas razões). Apesar de sermos amigos há um bom tempo, como todos os amigos, temos momentos de uma maior aproximação ou de um afastamento; não por nossa vontade, mas porque a vida nos obriga a isso. Essa maior aproximação nestes últimos dias me fez perceber o quanto somos parecidos, os nossos caos têm origens semelhantes, apesar de estarem baseados em experiências distintas. Temos características muito parecidas, apesar de, a primeira vista, sermos diferentes. A confiança e a presunção de boa-fé que depositamos (esperamos) de terceiros está cada vez mais escassa na sociedade, mas não
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Feelings n' Theories From Outside - by Grazielly AB
Fra(n)camente
Sou fra(n)ca: reconheço minha fra(*)queza.
Tenho interrogações e exclamações de toda ordem dentre de mim e, para me manter em condições socialmente aceitáveis, adotei prioridades, valores e métodos para a convivência social que acalmam o turbilhão de dúvidas, palavrões e atos inconsequentes.
Criei meu (im)próprio sistema normativo para me manter razoavelmente livre na civilização atual; normas que me são convenientes e que ditam a minha conduta, a fim de que esta possa conversar polidamente com as (in)conveniências (a)sociais.
Pareço forte, apesar de (in)delicada. Mas sou fra*ca, apesar de determinada e (ir)racional.
Não me preocupo se me agridem; não deixo de dormir se blasfemam contra mim. Mas me sinto devassa(da) quando eu tropeço no meu próprio pé, quando não enxergo a porta de vidro e esborracho meu nariz nela, quando planejo a festa e todos justificam a sua ausência.
A problemática aponta para o ato de eu me enganar. A mim mesma myself reiteradamente à minha pessoa.
Caio no chão (se ali não estiver) e choro uma agonia que surge do universo dentro do meu peito; explodo de raiva e não me enxergo mais – perco-me. Deixo-me de lado por conta da decepção que me impingi: não vi além, não esperei mais um pouco, não li nas entrelinhas, não li históricos, não procurei saber. Omiti-me da verdade e me vesti de ilusão do “pode ser dessa vez”. Não duvidei o suficiente...
Perco-me e me perco de todos. Sinto-me envergonhada pela minha fra*queza e esmorecida pela dureza do que sofro. Embora, no entanto, socialmente bem enquadrada, sou internamente uma negativa caótica quando minha harmonia perde o compasso e se transforma em uma (sin)tonia (des)afinada e (des)alinhada.
Minhas determinações permanecem, externamente, enquanto todos olham. Aqui, no entanto, volvem-se aqueles questionamentos malcriados que condicionam os atos seguintes e me levam ao outro canto da sala. E lá choro mais um pouco, descascando o ranço em minha pele, torcendo para que as cicatrizes permaneçam para que elas me ajudem a lembrar de duvidar mais um pouco. Seco as lágrimas do chão, recolho e queimo as cascas, sorrio com o calor do tremular do fogo, assopro as cinzas e derrubo as paredes do canto. O que há ali fora com esse (novo) ponto de vista?
Cansa, dói, exaure, quase extingue. Penso que, por isso, sinto-me fra*ca. Penso que, por isso, me deveria exigir menos... na proporção da minha fra*queza.
Feelings n' Theories From Outside - Intro
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Caos Psicológico
Segundo o dicionário Aurélio, caos significa “confusão geral dos elementos da matéria, antes da presumível criação do Universo”. Segundo a utilização cotidiana, caos significa apenas uma “confusão geral de elementos”, não necessariamente da matéria, mas de qualquer coisa... em suma, uma bagunça, uma desorganização. Esse caos pode ser físico ou psicológico. Atualmente o caos físico passou a ser tolerável, até aceitável, uma vez que torna-se cada vez mais difícil evitar esse caos. A rápida evolução de tecnologias e uma sobrecarga cada vez maior exigida pelo mercado de trabalho, bem como pelas convenções sociais faz com que o caos psicológico seja cada vez mais fácil de ser alcançado, e cada vez mais difícil de ser deixado para trás. Muitos de nós não conseguem nem perceber que já sucumbiram às garras do Leviatã e pensam que estão apenas passando por uma fase difícil, ou por um período estressante, seja no campo profissional, amoroso, familiar. Mas, ao contrário disso, escapar do Leviatã não é tão fácil quanto parece, e nem sempre é possível que fujamos dele por nossas próprias pernas. O primeiro passo é assumir que fomos capturados pelo Leviatã, para então, sabedores da prisão, procurar uma fenda nas paredes para escapar. Mas isso não basta, é necessário saber que, aqui fora, longe das garras do Leviatã, sempre existem aqueles agentes duplos. São pessoas que dizem querer ajudar, mas na verdade ajudam-nos a tropeçar e sucumbir ao Leviatã. Alguns desses, inclusive, fazem questão de nos entregar pessoalmente ao todo poderoso guardião do caos. O importante a fazer aqui fora (da prisão) é ter a habilidade para identificar esses agentes do Caos e, não livrarmo-nos deles, mas conseguir identificar suas intenções e levantar a guarda para quando o Leviatã tentar se manifestar através deles. Mas, o mais legal de enfrentar o Leviatã, é conseguir se livrar dele, mesmo que seja aos poucos, porque essa batalha é sempre demorada e encontrar o reforço em quem realmente se importa com você e ter a certeza de que algumas pessoas não são os agentes duplos. Isso porque, por mais que seja errado isso, descobrir um agente duplo dói mais do que a nossa própria captura pelo Leviatã. Porém, é sempre muito gratificante ter a certeza de que uma pessoa especial também declara guerra ao nosso Leviatã!!
Inferno astral, relatividade e caos...
Apesar de muita gente acreditar que a expressão “inferno astral” refere-se à astrologia, especificamente quando indica aquele período de aproximadamente um mês antes do nosso aniversário, penso, na verdade, que o inferno astral de cada um é relativo... Não existe uma data específica para ele começar e terminar, e não há um período predeterminado. Fico pensando como é possível ir do paraíso ao inferno em tão pouco tempo... dependendo de cada caso, isso é possível em segundos, minutos; em situações de grande monta e complexidade apenas algumas horas são suficientes para uma mudança drástica de direção fazendo com que se caia do céu de cara no chão, e depois quando se acha que não há mais para onde cair, o buraco se abre para que se possa ao inferno (ou fundo do poço, se quiser chamar assim)... Isto porque se chegamos a esse ponto, as informações e impressões que nos eram passadas pelo ambiente e por quem estava a nossa volta já estavam nos confundindo há algum tempo (lembrando que esse algum tempo é sempre relativo). Mas o pior golpe é aquele que vem quando menos se espera... As informações distorcidas que começam a aparecer para nós no céu juntam-se a uma pedra no meio do caminho em que tropeçamos e começa a queda. Enfim, quando se chega a esse inferno é que o caos tenta se instalar. Obviamente porque é a melhor oportunidade para que o Leviatã (guardião do caos, segundo a mitologia) passe a dominar. É que quando se está nessa situação todos os nossos sentidos parecem nos confundir, uma vez que passam a obter informações distorcidas do ambiente em que estamos, levando a um negativismo impressionante. Nesse momento, é preciso uma força hercúlea para conseguir parar e raciocinar sem ouvir o que o Leviatã fica sussurrando em nossos ouvidos. Muitas vezes, mesmo quando já se está no inferno, acreditamos que as coisas podem ficar ainda pior, para só então pedir uma corda para escalar o poço até chegarmos a terra... Apesar de que o buraco nunca é tão fundo que não haja uma corda longa o suficiente para nos ajudar a subir, de fato, quanto mais fundo o poço em que estamos, mais difícil é a subida. É preciso nos livrarmos das garras do Leviatã e começar a escalar o fundo do poço. Temos que acreditar que não é somente uma corda forte que pode nos ajudar na escalada, mas que cordas aparentemente frágeis, em conjunto, fazem uma corda forte, através da qual podemos chegar de volta à terra firme, onde não exista uma areia movediça nos puxando para baixo... É preciso, antes de mais nada, manter a cabeça no lugar e os olhos bem abertos para que possamos enxergar essas frágeis cordas, juntá-las, escalar e escapar das garras do caos...
(postado em http://genealogiadocaos.blogspot.com em 17/02/2010)